quinta-feira, 30 de novembro de 2023

MODERNIDADE LÍQUIDA NA VIDA

MODERNIDADE LÍQUIDA Esta expressão foi criada pelo filósofo polonês Zygmunt Bauman para definir alguns aspectos da sociedade capitalista. Para ele, a solidez das antigas estruturas profissionais e sociais vêm sendo substituída por uma espécie de liquidez. Segundo essa tese, assim como os líquidos não têm forma fixa ou definida, os indivíduos seriam mais volúveis e maleáveis. Os comportamentos, cada vez mais instáveis, seriam definidos pelas preferências individuais e não por tradições ou crenças. O prazer pessoal seria o principal valor para determinar as escolhas, que poderiam mudar a qualquer momento. O consumismo seria a ideologia predominante, tanto no aspecto material quanto moral. Em outras palavras, a liquidez da sociedade moderna seria contrária à estabilidade profissional, bem como familiar etc. É forçoso reconhecer a veracidade de tais constatações, mas precisamos tomar cuidado com a possível generalização que a tese propõe, bem como qualquer aspecto doutrinário que ela possa ter ou adquirir pelo uso. A modernidade líquida é contrária à existência de certezas, convicções, verdades permanentes e compromissos duráveis. Fazer disso um estilo de vida pode significar cair numa perigosa armadilha relativista. Por exemplo, sabemos que a solidez dos empregos fixos parece cada vez mais incerta, bem como outros aspectos econômicos e mercadológicos. Contudo, precisamos tomar cuidado com a liquidez moral que avança em nossos dias, multiplicando a prostituição e atacando a família. A modernidade líquida oferece uma falsa sensação de liberdade, mas também significa insegurança. A prevalência do individualismo evita o compromisso perene, fazendo com que não se desenvolvam raízes necessárias à estabilidade moral, psíquica e emocional. Enquanto um indivíduo trata os demais como descartáveis, ele descarta a si próprio no processo. É importante frisar que nenhum cristão pode ter uma personalidade líquida, moldando-se de acordo com o mundo naquilo que a Palavra de Deus tem outra orientação. A bíblia nos ensina a firmeza na fé e na verdade. Também somos instados no sentido de sermos fiéis e perseverantes, apesar das dificuldades. Nada disso combina com qualquer tipo de liquidez moral. Se você for firme em suas convicções, pode ser chamado de preconceituoso. Então, deixaremos importantes questões em aberto? Seremos pessoas sem opinião e sem definições, mudando de acordo com a moda, com os costumes e com as leis humanas. Não! Tudo isso pode parecer muito novo, mas a bíblia nos alerta, há muito tempo, sobre a personalidade líquida, embora utilize outra terminologia: “O que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte” (Tiago 1:6). “O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos” (Tiago 1:8). Vejamos como devemos ser em nossa fé e no compromisso com Deus: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Coríntios 15:58). “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Efésios 4:14). “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos” (Salmos 40:1,2). “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre” (Salmos 125:1). Tudo isso não significa que sejamos imutáveis. Algumas mudanças podem ser necessárias, principalmente por reconhecermos nossa imperfeição. Entretanto, não seremos mutantes irresponsáveis. Nossas mudanças de opinião e comportamento devem ser pautadas na palavra de Deus, como está escrito: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2). (Pr. Anísio Renato de Andrade)

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